Parceria
"Transformar desafios em oportunidades para sermos o primeiro continente de emissões neutras."
Ursula von der Leyen (presidente da Comissão Europeia)
Desde a entrada em vigor do Acordo de Paris a 4 de novembro de 2016, que a comunidade internacional tem vindo a procurar dar uma resposta global e eficaz à necessidade urgente de travar o aumento da temperatura média global e a resolver com determinação os desafios ligados às alterações climáticas.
Atualmente as cidades contribuem para 60 a 80% do consumo de energia e 75% das emissões de carbono (UNEP, 2011), sendo que 50% estão em risco devido a catástrofes potencialmente derivadas das alterações climáticas.
Prevê-se ainda que a procura global de energia aumente 37% até 2035 e que as deslocações nas áreas urbanas tripliquem nos centros urbanos mais congestionados até 2050.
O Ministério do Ambiente Português assumiu o desafio de diminuir estes indicadores, introduzindo o programa: "Laboratórios Vivos para a Descarbonização", e que se traduzem numa abordagem de incentivo à criação de espaços de promoção do desenvolvimento de tecnologias inovadoras de baixo impacto ambiental, de solidificação de princípios de uso eficiente e produtivo, de recursos materiais e energéticos e da apropriação das mais-valias económicas e ambientais de novas soluções por parte das comunidades e populações.
Foi neste âmbito que nasceu o conceito Laboratório Vivo para a Descarbonização do Centro Histórico de Évora (LVpDÉ) que pretende ser o primeiro passo para tornar Évora numa cidade laboratório de inovação e de novas soluções integradas para Cidades Inteligentes e Sustentáveis (Smart-Cities).
Liderado pelo Município de Évora, um conjunto multidisciplinar de organizações constituíram uma parceria para a implementação no Centro Histórico de Évora (CHÉ) de um ecossistema, apoiado pelo Fundo Ambiental, que permita transformar o espaço urbano num laboratório de soluções inovadoras e de base tecnológica, aberta à inovação em ambiente real e onde desenvolverá atividades de experimentação para os desafios da mobilidade e redução das emissões de CO2. A parceria integra os seguintes parceiros:
O CHÉ continua ainda a ser portador de um conjunto de dificuldades e ineficiências a nível da mobilidade e transportes, aumentando uma responsabilidade acrescida na sua preservação. As características de urbe muralhada, bem como as entradas e saídas bem definidas e circulação condicionada, permite a constituição de um modelo de sensorização e modelação ideal para estudo de modelos inovadores e replicáveis com vista à descarbonização de cidades históricas de média dimensão, quer ao nível da circulação interna do centro histórico quer ao nível da relação das unidades urbanas exteriores (bairros) e cidadãos com os serviços disponíveis no centro.
As actividades propostas centram-se de forma integrada na instalação de soluções que permitam definir e experimentar modelos mais eficientes de gestão e que contribuam para a redução das emissões de CO2 no CHE, e vão assentar nos seguintes níveis:
  • Estabelecer no CHÉ um conjunto de plataformas de comunicações que permita a conetividade entre as diversas tecnologias a implementar.
  • Estudar e integrar a mobilidade suave nos modelos de análise para a definição das políticas ativas.
  • Medir a utilização de carro particular no CHÉ e fomentar medidas de circulação e estacionamento mais eficazes.
  • Controlar e melhorar as operações urbanas municipais com circuitos mais eficientes e veículos elétricos.
  • Melhorar a gestão de comércio e logística com recurso a mais eficiente monitorização, controlo e plataformas agregadoras com recurso a veículo elétrico.
  • Promover a utilização inteligente da iluminação pública em interação com os cidadãos.
  • Monitorizar consumos em edifícios municipais e fomentar comportamentos sustentáveis.
  • Aumentar o número de espaços verdes para maior absorção de CO2.